Fraternidade e Segurança Pública

A paz é fruto da justiça
Nosso Papa, Bento XVI, em mensagem aos católicos, para a Quaresma, convida-nos “a lutar sem esmorecimento para fazer o bem, precisamente por sabermos como é difícil que nós, os homens, nos decidamos seriamente a praticar a justiça - e ainda falta muito para que a convivência se inspire na paz e no amor, e não no ódio ou na indiferença”. São sabias as palavras do Santo Padre.
E, este ano, a Campanha da Fraternidade, maravilhosamente, conta com o apoio espontâneo da sociedade. Todos estão de acordo com a urgência de superar o clima de insegurança que se generaliza por toda parte: nas famílias, nas escolas, no trabalho, nas ruas, em fim toda a sociedade. O sentimento de urgência vem junto a outro, que também vai se firmando com clareza: a superação da insegurança é possível se nos colocarmos de acordo para enfrentarmos, juntos, o problema (“lutar sem esmorecer”). Mas não atende só encarar os sintomas da insegurança. É preciso que todos retomem os valores éticos deixados para trás, principalmente, no seio familiar. As consequências são as crianças apelarem cedo para a violência: em casa e no ambiente escolar. E os jovens ignorarem os limites do respeito e desprezarem os direitos dos outros.
Recobrar o clima de segurança é um longo trabalho de reeducação da sociedade e deverá envolver a todos. Será, sem dúvida nenhuma, um processo lento e precisaremos reavivar os valores éticos esquecidos, juntamente, com uma ação prudente, sistêmica e perspicaz do poder público, que refreie as práticas danosas ao bem comum e excite a ação responsável dos cidadãos.
O lema da campanha: “A paz é fruto da justiça” traz não só uma mensagem objetiva, mas também coloca que sem justiça não haverá paz verdadeira. Um lema, por conseguinte, que comprova a complexidade do tema e chama atenção para a variedade de ações que necessitam ser cultivadas.
Deste modo, está lançada a sugestão de uma campanha da fraternidade que vem ao encontro de uma aspiração de toda sociedade e responsabilizando, a cada um de nós, a participação, reflexão e ação.
Marly Augusto Moreira
Professora de Língua Portuguesa.