Sem se opor gramática e foneticamente ao português materno, o “brasileiro” distingue-se por peculiaridades de vocabulário. Um exemplo:
Eça de Queirós escreve, em Os Maias:
“Então, para apanhar o americano,
dois amigos romperam a correr
desesperadamente pela rampa de Santos”.
Se fosse “brasileiro”, poderia ficar assim:
“Então, para pegar o bonde, dois amigos
começaram a correr desesperadamente
pela ladeira de Santos”.
“Tudo aquilo que o malandro
pronuncia com voz macia é brasileiro,
já passou de português.”
Noel Rosa, Não Tem Tradução.
“Em meus textos, quero chocar
o leitor, não deixar que ele repouse
na bengala dos lugares-comuns,
das expressões acostumadas e
domesticadas. Quero obrigá-lo a sentir
a novidade nas palavras.”
João Guimarães Rosa (1908-1967)
Fonte: Almanaque Brasil
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